
2024年度野生生物摄影获奖作品(两栖爬行类)
Karine estava guiando um grupo no Mato Grosso quando percebeu um movimento diferente na água do rio. Ela usou binóculos e conseguiu descobrir que a serpente se enrolou na boca do jacaré. Não dava para saber, contudo, quem estava ganhando a luta.
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“A imagem é notável porque captura um momento aparentemente pacífico – a água parada com reflexos, os dois oponentes se encarando, a cobra demorando para sentir o ar com sua língua. De fato, parece difícil distinguir predador de presa”, disse o biólogo e fotógrafo Chien Lee, jurado do Wildlife Photographer of the Year.
Em 2022, Karine foi a quinta mulher a ganhar o prêmio principal na história da competição, com o registro da disputa de zangões pela fêmea. A fotojornalista já teve seu trabalho divulgado em publicações como a National Geographic Magazine, The New York Times, Nature Conservancy Magazine, The Guardian, WWF e BBC Wildlife.
Sobre a imagem que acaba de ser premiada, ela falou durante a cerimônia, na capital inglesa, de sua fascinação sobre as criaturas que geralmente nos dão medo ou nos fazem dar dois passos para trás, como os répteis.
“Esses bichos rastejantes são a estrutura do nosso mundo natural. Eles são essenciais para a saúde do planeta em que vivemos. Esses animais me fascinam, me intrigam; eles despertam minha curiosidade e sempre me deixam querendo saber mais. E, cada um desses momentos que tenho o privilégio de testemunhar continuam a me lembrar que cada uma dessas criaturas é um indivíduo. Eles não são apenas uma ‘espécie’… eles são INDIVÍDUOS vivos, pensantes e sensíveis, assim como nós. Sim. Assim como nós”, acredita.
A profissional aproveitou a oportunidade ainda para falar sobre os incêndios no Brasil.
“Neste dia no ano passado, quando a imagem foi tirada, o jacaré e a sucuri seguiram seus próprios caminhos – ninguém foi comido ou ferido. Talvez eles realmente fossem apenas bons amigos e apenas nós, forasteiros, pensamos que um queria comer o outro. Mas e se eles realmente fossem só amigos? Hoje, aqui de pé esta noite, penso sobre isso, mas, todavia, ainda mais importante, me pergunto se eles ainda estão vivos, porque enquanto estou aqui de pé, a Amazônia está queimando.”